http://asquatrom.blogspot.pt/

domingo, 29 de novembro de 2015

Cibercultura


Cibercultura


  • Ciberespaço
  • Inteligência coletiva
  • Comunidade virtual

Lévy (1999) define o “neologismo” cibercultura como "o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais) de práticas de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (ibid., p.17). Os conceitos de cibercultura e ciberespaço são centrais. Para este autor, estamos a passar por um processo de universalização da cibercultura, na medida em que estamos cada vez mais imersos nas novas relações de comunicação e produção de conhecimentos que ela nos oferece. O termo “ciberespaço especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico da informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo” ((ibid., p. 17).
O autor debruça-se  sobre o impacto das tecnologias, sobre a construção da inteligência colectiva, que denomina “como veneno e remédio da cibercultura”. A sociedade encontra-se condicionada pela técnica mas não é determinada por ela, isto é, a sociedade constitui-se historicamente pela técnica embora não seja determinada por esta. Ao considerar que a sociedade é constituída pela técnica, o investigador desenvolve uma resenha histórica que compreende o advento da escrita, da enciclopédia e do ciberespaço. Descobre novas formas de organização e coordenação flexíveis, em tempo real, no ciberespaço. Considera ser este o mediador por excelência da inteligência coletiva. Assiste-se à emergência de uma nova configuração no mundo do trabalho, já que a construção cresce a cada dia. Na era digital, "as tecnologias intelectuais” ((ibid.,p.157) são dinâmicas, objectivas e podem ser compartilhadas por muitas pessoas
Dá especial relevância à emergência do ciberespaço, destacando que  “é virtual aquilo que existe apenas em potência e não em ato”. Defende que “é virtual toda a entidade «desterriotorializada» capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem contudo estar ela mesma presa a um lugar ou tempo em particular” ((ibid.,47). Com o advento do ciberespaço, o saber articula-se à nova perspectiva da educação, em função das novas formas de se construir conhecimento, que abrangem a democratização do acesso à informação, os novos estilos de aprendizagem e a emergência da inteligência coletiva. Os processos tradicionais de aprendizagem tornam-se, de certo modo desadequados, dada a necessidade de renovação dos saberes, a reconfiguração do mundo do trabalho e do ciberespaço. Com a chegada do ciberespaço, Lévy alerta para o facto de que “o computador não é mais um centro, e sim um nó, um terminal, um componente de rede universal e calculante ((ibid.,p.44). Em face do contexto do ciberespaço, as praticas pedagógicas devem ser repensadas: “uma vez que os indivíduos aprendem cada vez mais fora do sistema acadêmico, cabe aos sistemas de educação implantar procedimentos de reconhecimento dos saberes e savoir-faire adquiridos na vida social e profissional” ((ibid., p. 175).
Segundo Lévy (ibidem, p. 177) as “árvores de conhecimento são um método informatizado para o gerenciamento global das competências nos estabelecimentos de ensino, empresa, bolsas de emprego, coletividades locais e associações”. São comunidades de memória colectiva, de interação entre as pessoas. A noção de comunidade virtual terá um grande futuro. Hoje em dia, cada vez mais a sociabilidade passa pelos laços sociais, que já não estão baseados na pertença territorial e cada vez mais se constituem em processos de intercâmbio de conhecimento, processos de imaginação coletiva. Cada um de nós poderá participar nessas comunidades virtuais em função dos seus gostos, paixões e interesses. É impossível assumir, hoje em dia, a totalidade do conhecimento. Cada um, cada grupo tem de fazer uma filtragem, uma organização, uma selecção, uma hierarquização das informações “em bruto”. Não há comunidade virtual sem “interconexão”, já que é uma “inteligência colectiva”. Não há inteligência colectiva em grande escala, sem virtualização ou desterritorialização das comunidades no ciberespaço. A expressão “comunidade actual” seria mais adequada para descrever os “fenómenos de comunicação colectiva no ciberespaço” ((ibid., p. 45).
Temos de tomar consciência da nossa responsabilidade na construção do sentido. Não podemos atribuir a nenhum individuo, a nenhuma instituição, a uma qualquer entidade exterior para nos fazer a escolha do que nos interessa. Cada um de nós tem o dever e o direito de fazer as suas próprias escolhas, o que é muito difícil.

Para este autor, a cibercultura consubstancia-se como elemento inerente à terceira etapa da evolução humana que “mantém a universalidade ao mesmo tempo que dissolve a totalidade” ((ibid., p. 257), admitindo, no entanto que a “formação de uma grande comunidade mundial” continua a ser “desigual e conflituante”.

Lévy, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34
acedido a 2 de novembro de 2015 
em http://baixar-download.jegueajato.com/Pierre%20Levy/Cibercultura%20(432)/Cibercultura%20-%20Pierre%20Levy.pdf

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Novo recomeço!

Vou reaproveitar este blog para publicar as tarefas referentes ao Mestrado de Pedagogia do eLearning (MPEL). Irei mudar o nome do blog, para ficar mais de acordo com a sua nova finalidade. Como ainda não domino esta tecnologia muito bem, fá-lo-ei mais tarde, com calma. "Espairecer" também pode ser considerado "aprender com gosto",um dos motivos que me levou a frequentar este mestrado.


sábado, 18 de abril de 2015

Começar este blogue

Olá!
Não é fácil começar! Vou partilhar uma fotografia! Não tenciono partilhar "estados de alma", fazer confissões... Considero que será uma boa oportunidade de partilhar o que vou aprendendo e também as situações que considere divertidas.



Uma imagem maravilhosa da minha terra natal:  Ilha das Flores, nos Açores